domingo, 3 de outubro de 2010



Ter fé em Deus vai muito além de simplesmente crer

Ao observar um copo d’água sobre sua mesa, fisicamente estática, quimicamente contendo H2O, em toda a plenitude de sua existência como matéria, você aperta os olhos um pouco mais a fitá-lo; seria este copo real? Não seria ele, o copo, uma subversão da realidade promovida por um super-computador que aprisiona seres humanos em sua própria consciência para usá-los como fonte de energia? Neste momento você para de pensar, pega o copo e toma a água que estava lá contida. Sim, agora você tem certeza que o copo é real.

Não seria loucura você, ao olhar um objeto sobre sua mesa, pensar “eu creio que este objeto existe“, e, só depois de tocá-lo poder afirmar com certeza que aquele objeto realmente existe? Assim é com Deus. É um absurdo o que os evangélicos fazem atualmente tentando uma forma de provar a existência de Deus através de “prodígios” e “sobrenaturalismo”. A cada dia mais e mais “evangélicos” surgem com uma crença tênue em Deus. Crer? Ter fé em Deus vai muito além de simplesmente crer; é ter certeza. Sim, certeza antes de poder tocá-lO ou de qualquer prova de Sua existência. Pois se não tivermos uma certeza concreta na existência de um Ser Consciente e Criador, de que adianta sermos evangélicos? Crer em Deus não basta, é muito pouco, diante de Sua magnitude; é necessário termos certeza nEle.

Como ter certeza de algo que não podemos provar?
Existem inúmeros argumentos visando comprovar a existência de Deus; todos eles extremamente refutáveis sob o olhar científico. Queres ver um exemplo? Existe uma teoria que diz ser impossível existir a harmonia de vida na Terra se não houvesse alguém, um maestro, a orquestrar a filarmônica complexa e variada da natureza. Um argumento lindo! Porém, se existe um maestro a orquestrar o mundo, qual o motivo da existência da fome? O que isso traz de harmonia? Por que tantas crianças nascem com problemas físicos? Seria um maestro não muito primoroso a orquestrar uma filarmônica sem talento? Pois, é realmente um argumento com muitas falhas.
A verdade – e essa é uma dura verdade – é que não dá para provar a existência de Deus. Você vai enlouquecer, morrer tentando e não chegará a sucesso algum. E é aí que a fé entra. Esse é o papel fundamental da fé na vida de um cristão; não simplesmente crer, mas VIVER algo que não pode ser provado ou documentado. Eu estou falando na certeza – diária e coerente – da existência de um Ser Soberano, que reina coscientemente e que conhece a cada palmo desse mundo. Eu vivo isso diariamente; parei de “crer” em Deus faz muito tempo. Ele é a minha verdade, algo tão real quanto o copo d’água sobre a mesa, que faz parte do meu dia-a-dia incondicionalmente.
Neste momento, alguém mais cético pode estar pensando: “mas isso não seria inventar uma realidade própria?” Não. Se você pensar friamente, existe algo além da razão, uma verdade que não pode ser atingida, inexplicável. Todos procuram essa verdade, cristãos ou não. E essa lacuna, esse “deus desconhecido” (At 17:23) nós encontramos na certeza de Sua existência. Isso não é criar uma mentira, mas viver uma verdade que vai além da razão. Isso é a fé bíblica.
Portanto, pare de “acreditar” em Deus. Chega de superstições evangélicas, pare de pensar no que você pode ganhar se acreditar nEle. Isso não é fé e “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6). Fé é certeza, plena convicção em algo que não podemos ver.
Comece a viver um relacionamento com Deus. Não pelo o que Ele pode te proporcionar, mas pelo o que Ele é; uma verdade que, apesar de não ter base racional, pode ser vivida e experimentada. A partir daí e, só a partir daí, poderemos ir para o próximo capítulo!

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