domingo, 10 de outubro de 2010


O CONHECER E O SABER - 1º PARTE.

ISAÍAS

Heb. Yesh’yahu, significa: “a salvação de Jeová”.


Filho de Amós (Is 1:1; Is 2:1) que, aparentemente, era um homem de posição humilde. A sua mulher era chamada “a profetiza” (Is 8:3), quer porque lhe tivesse sido concedido o dom profético, tal como Débora (Jz 4:4) e Hulda (2Rs 22:14-20), ou simplesmente porque era mulher “do profeta” (Is 38:1). Teve dois filhos que tinham nomes simbólicos.


Exerceu as suas funções durante o reinado de Uzias (ou Azarias), Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1:1). Uzias reinou durante 52 anos (810-759 a.C.) e Isaías deve ter começado a sua carreira alguns anos antes da morte deste rei, provavelmente em 762 a.C. Viveu até ao 14º ano de Ezequias e talvez tenha sobrevivido a esse monarca (que morreu em 698 a.C.), podendo ainda ter sido contemporâneo de Manassés durante alguns anos. Assim, Isaías poderá ter profetizado durante um longo período de, pelo menos, 64 anos.


O seu primeiro chamado profético não está registado. O seu segundo chamado veio “no ano em que o rei Uzias morreu” (Is 6:1). Ele exerceu o seu ministério num espírito de firmeza e intrepidez intransigente, relativamente a todos quantos se dedicavam aos interesses religiosos. Não dissimula nada e nada retém por medo dos homens. É também notado pela sua espiritualidade e pela sua reverência para com “o Santo de Israel”.


Na sua juventude, Isaías deve ter-se sentido tocada pela invasão que o monarca assírio Pul levou a cabo contra Israel (2Rs 15:19); e novamente, vinte anos mais tarde, quando já tinha iniciado o seu ministério, pela invasão de Tiglath-Pileser III e por todas as conquistas que este conseguiu. Acaz, o rei de Judá, neste momento de crise, recusou-se a cooperar com os reis de Israel e da Síria, opondo-se aos assírios e foi, por isso, atacado e derrotado por Rezim, de Damasco e por Peca, de Samaria (2Rs 16:5; 2Cr 28:5,6). Acaz, desta feita mais humilde, colocou-se ao lado da Assíria e procurou ajuda junto de Tiglath-Pileser III contra Israel e contra a Síria. Como consequência, Rezim e Peca foram conquistados e muitos de entre o povo levados cativos para a Assíria (2Rs 15:29; 2Rs 16:9; 1Cr 5:26). Pouco tempo depois disto, Salmaneser decidiu subjugar o reino de Israel. Samaria foi tomada e destruída (722 a.C.). Enquanto Acaz reinou, o reino de Judá não foi molestado pelo poder assírio; mas, ao ascender ao trono, Ezequias (726 a.C.) “rebelou-se contra o rei da Assíria” (2Rs 18:7), tendo sido encorajado por Isaías, que exortou o povo a depender de Deus (Is 10:24; Is 37:6). Mas Ezequias fez uma aliança com o rei do Egipto (Is 30:2-4). Isto fez com que o rei da Assíria ameaçasse o rei de Judá e mais tarde invadisse o país. Senaqueribe (701 a.C.) conduziu o poderoso exército contra a Palestina. Ezequias ficou desesperado e submeteu-se aos assírios (2Rs 18:14-16). Mas após um breve intervalo, rebentou novamente a guerra e novamente Senaqueribe conduziu o seu exército contra a Palestina, uma parte do qual ameaçou Jerusalém (Is 36:2-22; Is 37:8). Isaías, nessa ocasião, encorajou Ezequias a resistir aos assírios (Is 37:1-7), após o que Senaqueribe enviou uma carta ameaçadora ao rei de Judá, a qual ele levou perante o Senhor (Is 37:14). O julgamento de Deus caiu agora sobre os assírios. “Tal como Xerxes na Grécia, Senaqueribe nunca recuperou do choque do desastre em Judá. Não fez mais expedições quer contra o sul da Palestina, quer contra o Egipto”. Ezequias reinou em paz pelo resto dos seus dias (2Cr 32:23,27-29). Isaías viveu provavelmente durante todo o seu reinado e possivelmente também durante o reinado de Manassés mas o momento e o modo como ele morreu são desconhecidos. A tradição diz que ele foi martirizado no tempo de Manassés.

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