sábado, 28 de novembro de 2009




Charles Haddon Spurgeon
“Olharão para aquele a quem traspassaram” (Zacarias 12.10).


O quebrantamento santo que faz um homem lamentar o seu pecado surge de uma operação divina. O homem caído não pode renovar seu próprio coração. O diamante pode mudar seu próprio estado para tornar-se maleável, ou o granito amolecer a si mesmo, transformando-se em argila? Somente aquele que estendeu os céus e lançou os fundamentos da terra pode formar e reformar o espírito do homem. O poder de fazer que da rocha de nossa natureza fluam rios de arrependimento não está na própria rocha. O poder jaz no onipotente Espírito de Deus… Quando Deus lida com a mente do homem, por meio de suas operações secretas e misteriosas, Ele a enche com uma nova vida, percepção e emoção. “Deus… me fez desmaiar o coração” (Jó 23.16), disse Jó. E, no melhor sentido, isso é verdade. O Espírito Santo nos torna maleáveis e nos tornamos receptíveis às suas impressões sagradas… Agora, quero abordar o âmago e a essência de nosso assunto.


O enternecimento do coração e o lamento pelo pecado são produzidos por olharmos, pela fé, para o Filho de Deus traspassado. A verdadeira tristeza pelo pecado não acontece sem o Espírito de Deus. Mas o Espírito de Deus não realiza essa tristeza sem levar-nos a olhar para Jesus crucificado. Não há verdadeiro lamento pelo pecado enquanto não vemos a Cristo… Ó alma, quando você chega a contemplar Aquele para quem todos deveriam olhar, Aquele que foi traspassado, então seus olhos começam a lamentar aquilo pelo que todos deveriam chorar – o pecado que imolou o seu Salvador!


Não há arrependimento salvífico sem a contemplação da cruz… O arrependimento evangélico é o único arrependimento aceitável. E a essência desse arrependimento é olhar para Aquele que foi moído pelos pecados… Observe isto: quando o Espírito Santo realmente opera, Ele leva a alma a olhar para Cristo. Nunca uma pessoa recebeu o Espírito de Deus para a salvação, sem que tenha recebido dEle o olhar para Cristo e o lamentar por seus pecados.


A fé e o arrependimento são gerados e prosperam juntos. Ninguém deve separar o que Deus uniu! Ninguém pode arrepender-se do pecado sem crer em Jesus, nem crer em Jesus sem arrepender-se do pecado. Olhe, então, com amor para Aquele que derramou seu sangue, na cruz, por você. Por meio desse olhar, você obterá perdão e quebrantamento. Quão admirável é o fato de que todos os nossos males podem ser curados por um único remédio: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra” (Is 45.22). Contudo, ninguém olhará para Cristo sem que o Espírito de Deus o incline a fazer isso. Ele não conduz uma pessoa à salvação, se ela não se rende às suas influências e não volve seu olhar para Jesus…


O olhar que nos abençoa, produzindo quebrantamento de coração, é o olhar para Jesus como Aquele que foi traspassado. Quero me demorar nisso por um momento. Não é somente o olhar para Jesus como Deus que afeta o coração, mas também olhar para este mesmo Senhor e Deus como Aquele que foi crucificado por nós. Vemos o Senhor traspassado, e, em seguida, inicia-se o traspassamento de nosso coração. Quando o Espírito Santo nos revela Jesus, os nossos pecados também começam a ser expostos…


Venham, almas queridas, vamos juntos à cruz, por um pouco, e notemos quem era Aquele que recebeu a lançada do soldado romano. Olhe para o seu lado e observe aquela terrível ferida que atingiu seu coração e desencadeou um duplo fluxo de sangue. O centurião disse: “Verdadeiramente este era Filho de Deus” (Mt 27.54). Aquele que, por natureza, é Deus e governa sobre tudo, sem o Qual “nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3), tomou sobre Si mesmo nossa natureza e se tornou homem, como nós, mas não tinha qualquer mácula de pecado. E, vivendo em forma humana, foi obediente até à morte, morte de cruz. Foi Ele quem morreu! Ele, o único que possui a imortalidade, condescendeu em morrer! Ele, que era toda a glória e poder, sim, Ele morreu! Ele, que era toda a ternura e graça, sim, Ele morreu! Infinita bondade esteve pendurada na cruz! Beleza indescritível foi traspassada com uma lança! Essa tragédia excede todas as outras! Por mais perversa que tenha sido a ingratidão do homem em outros casos, a sua mais perversa ingratidão se expressou no caso de Jesus! Por mais horrível que tenha sido o ódio do homem contra a virtude, o seu ódio mais cruel foi manifestado contra Jesus! No caso de Jesus, o inferno superou todas as suas vilezas anteriores, clamando: “Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo” (Mt 21.38).


Deus habitou entre nós, e os homens não O aceitaram. Visto que o homem foi capaz de traspassar e matar o seu Deus, ele cometeu um pecado horrível. O homem matou o Senhor Jesus Cristo e O traspassou com uma lança! Nesse ato, o homem mostrou o que fariam com o próprio Eterno, se pudesse chegar até Ele. O homem é, no coração, assassino de Deus. Ele se alegria se Deus não existisse. Ele diz em seu coração: “Não há Deus” (Sl 14.1). Se a sua mão pudesse ir tão longe quanto o seu coração, Deus não existiria nem mesmo por mais uma hora. Isto dá ao traspassamento de nosso Senhor uma forte intensidade de pecado: foi o traspassamento de Deus.


Por quê? Por que razão o bom Deus foi assim perseguido? Oh! pelo amor de nosso Senhor Jesus Cristo, pela glória de sua Pessoa, pela perfeição de seu caráter, eu lhe peço – admire-se e envergonhe-se de que Ele foi traspassado! Não foi uma morte comum. Aquele assassinato não foi um crime comum. Ó homem, Aquele que foi traspassado com a lança era o seu Deus! Na cruz, contemple o seu Criador, o seu Benfeitor, o seu melhor Amigo!


Olhe firmemente para Aquele que foi traspassado e observe o Sofredor que é descrito na palavra “traspassado”. Nosso Senhor sofreu severa e terrivelmente. Não posso, em uma mensagem, descrever a história de seus sofrimentos – as tristezas de sua vida de pobreza e perseguição; as angústias do Getsêmani e do suor de sangue; as tristezas de seu abandono, traição e negação; as tristezas no palácio de Pilatos; os golpes de chicotes, o cuspe e o escárnio; as tristezas da cruz, com sua desonra e agonia… Nosso Senhor foi feito maldição por nós. A penalidade do pecado ou o que lhe era equivalente, Ele a suportou, “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1 Pe 2.24). “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5).


Irmãos, os sofrimentos de Jesus devem amolecer nosso coração! Nesta manhã, lamento o fato de que não me entristeço como deveria. Acuso a mim mesmo daquele endurecimento de coração que eu condeno, visto que posso contar-lhes essa história sem enternecimento de coração. Os sofrimentos de meu Senhor são indescritíveis. Examinem e verifiquem se já houve tristeza semelhante à de Jesus! A sua tristeza foi abismal e insondável… Se você considerar firmemente a Jesus traspassado por nossos pecados e tudo que isso significa, seu coração se dilatará! Mais cedo ou mais tarde, a cruz desenvolverá todo sentimento que você será capaz de produzir e lhe dará capacidade para mais. Quando o Espírito Santo põe a cruz no coração, o coração se dissolve em ternura… A dureza de coração desaparece quando, com profundo temor, contemplamos a Jesus sendo morto.


Devemos também observar quem foram os que traspassaram a Jesus. “Olharão para aquele a quem traspassaram.” Ambos os verbos se referem às mesmas pessoas. Nós matamos o Salvador, nós que olhamos para Ele e vivemos… No caso do Salvador, o pecado foi a causa de sua morte. O pecado O traspassou. O pecado de quem? Não foi o pecado dEle mesmo, pois Ele não tinha pecado, e nenhum engano se achou em seus lábios. Pilatos disse: “Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23.4). Irmãos, o Messias foi morto, mas não por causa dEle mesmo. Nossos pecados mataram o Salvador. Ele sofreu porque não havia outra maneira de vindicar a justiça de Deus e de prover-nos um escape da condenação. A espada, que deveria cair sobre nós, foi despertada contra o Pastor do Senhor, contra o Homem que era o Companheiro de Jeová (Zc 13.7)… Se isso não quebranta nem amolece nosso coração, observemos por que Ele foi levado a uma posição em que poderia ser traspassado por nossos pecados. Foi o amor, poderoso amor, nada mais do que o amor, que O levou até à cruz. Nenhuma outra acusação Lhe pode ser atribuída, exceto esta: Ele era culpado de amor excessivo. Ele se colocou no caminho do traspassamento, porque resolvera salvar-nos… Ouviremos isso, pensaremos nisso, consideraremos isso e permaneceremos apáticos? Somos piores do que os brutos? Tudo que é humano abandonou a nossa humanidade? Se Deus, o Espírito Santo, está agindo agora, uma contemplação de Cristo derreterá o nosso coração de pedra…


Quero dizer-lhes ainda, ó amados: quanto mais olharmos para Jesus crucificado, tanto mais lamentaremos o nosso pecado. A reflexão crescente produzirá sensibilidade crescente. Desejo que olhem muito para Aquele que foi traspassado, para que odeiem cada vez mais o pecado. Livros que expõem a paixão de nosso Senhor e hinos que cantam a sua cruz sempre foram bastante queridos pelos crentes piedosos, por causa de sua influência sobre o coração e a consciência deles. Vivam no Calvário, amados, até que viver e amar se tornem a mesma coisa. Diria também: olhem para Aquele que foi traspassado, até que o coração de vocês seja traspassado.


Um antigo teólogo dizia: “Olhe para a cruz, até que tudo que está na cruz esteja em seu coração”. E acrescentou: “Olhe para Jesus, até que Ele olhe para você”. Olhem com firmeza para o sua Pessoa sofredora, até que Ele pareça estar volvendo sua cabeça e olhando para você, assim como o fez com Pedro, que saiu e chorou amargamente. Olhe para Jesus, até que você veja a si mesmo. Lamente por Ele, até que lamente por seu próprio pecado… Ele sofreu em lugar, em favor e em benefício de homens culpados. Isso é o evangelho. Não importa o que os outros preguem, “nós pregamos a Cristo crucificado” (1 Co 1.23). Sempre levaremos a cruz na vanguarda. A essência do evangelho é Cristo como substituto do pecador. Não evitamos falar sobre a doutrina do Segundo Advento, mas, antes e acima de tudo, pregamos Aquele que foi traspassado. Isso levará ao arrependimento evangélico, quando o Espírito de graça for derramado.


Extraído do sermão matinal de domingo 18 de setembro de 1887, no Tabernáculo Metropolitano de Londres.


Tradução: Pr. Wellington Ferreira
Fonte: Sítio da Editora Fiel

Publicado em Soteriologia

sábado, 21 de novembro de 2009


Lutero Ainda Fala: 491 Anos de Reforma

Felipe Sabino de Araújo Neto


Em comemoração aos 491 anos da Reforma Protestante, comemoradotodo 31 de outubro, devido ao famoso 31 de outubro de 1517, quando Luteroafixou as suas 95 teses na Igreja do Castelo de Wittenberg, selecionei algunstrechos de diversas obras desse grande e importante teólogo da história doCristianismo:


“… a doutrina da fé e da justificação, ou como nos tornamosjustos perante Deus… expulsa todos os falsos deuses e aidolatria, e, após terem sido expulsos, desmorona o fundamentodo papado, sobre o qual ele foi edificado.”


“… na filosofia um pequeno erro no princípio é um grande eabominável erro no fim, assim também na teologia um pequenoerro subverte a doutrina inteira.”


“Aquele que quer compreender o que é dito [na Escritura] deveindagar por que ou por quais motivos é dito.”


“[Eu sou] um destes que, como Santo Agostinho afirma de simesmo, cresceram escrevendo e ensinando outros e não umdesses que, começando com nada, tornaram-se num instante, osmais exaltados e cultos dos mestres.”


“Outros, que viveram antes de mim, atacaram a vida má eescandalosa do papa, mas eu ataquei a sua doutrina…”


“John Huss atacou e castigou apenas os abusos e a vidaescandalosa do papa, mas eu… tenho atacado a doutrina dopapa e o tenho derrotado.”


“Doutrina e vida devem ser bem e verdadeiramente distinguidase separadas uma da outra. A vida é má mesmo em nosso meiocomo também no meio dos papistas. Por isso não contendemoscom os papistas por causa da vida, mas por causa da doutrina…


Quando, contudo, a palavra permanece pura, então a vida podeser corrigida…”


“Não estou preocupado com a vida, mas com as doutrinas. Avida má não causa grande dano a não ser a si mesma, mas oensinamento errado é o maior mal neste mundo, porque levamultidões de almas ao inferno. Não estou preocupado se és bomou mau, mas eu atacarei teu ensinamento venenoso e mentirosoque contradiz a palavra de Deus.”


“Os próprios sofistas e escolásticos são compelidos a confessar,e assim também ensinam, que uma obra moral praticadaexteriormente, se não foi praticada com um puro coração, umaboa vontade e com um propósito correto, é nada mais do quehipocrisia.”


“És tu sozinho, dizem eles, mais sábio que tantos homenssantos, mais sábio que toda a igreja?… A igreja ensinou destamaneira o tempo todo. Assim também fizeram todos osdoutores da igreja primitiva, homens santos, mais antigos emelhor instruídos do que tu. Quem és tu, que ousas discordar detodos eles ao trazer-nos uma doutrina contrária?”


Lutero tem uma resposta para essas perguntas, não importa quem a elese opõe:


“… quer seja Cipriano, Ambrósio, Agostinho, ou São Pedro,Paulo ou João, e até mesmo um anjo vindo do céu que ensine deoutra maneira; e, no entanto, isso sei seguramente que nãoensino as coisas de homens, mas de Deus. Isto quer dizer queatribuo todas as coisas somente a Deus, e nada aos homens.


Minha doutrina é aquela que expõe e anuncia a graça e a glóriasomente de Deus e, quanto ao assunto da salvação, ela condenaa justiça e a sabedoria de todos os homens. Nisso não possoerrar, porque dou tanto a Deus quanto aos homens aquilo queprópria e verdadeiramente pertence a cada um deles.”


“Pois, aprendi isto também por minha própria experiência – que,depois de todas as minhas vigílias, meus esforços, minhasorações e outros exercícios laboriosos, com os quais, quandomonge, me afligi a mim mesmo quase até à morte, a dúvida aindapermanecia e minha mente que me fez pensar desta maneira:‘Quem sabe se essas coisas estejam agradando a Deus?’”


“Eu prego nada de novo, mas afirmo que todas as coisas que oscristãos possuem se arruinaram entre aqueles que deveriam tê-losconservado, a saber, os bispos e os doutores. No entanto, nãotenho dúvidas que a verdade permaneceu assim mesmo emalguns corações até agora… Camponeses pobres e criançasentendem a Cristo melhor que o papa, os bispos e os doutores.”


“Peço que os homens não façam referência a meu nome e sechamam a si mesmos não de luteranos, mas de cristãos. Que éLutero? Minha doutrina, estou certo, não é minha, nem tenhosido crucificado por ninguém… Como então deveria eu, pobre epodre saco de vermes que sou, chegar a tal ponto em que sejadado aos filhos de Cristo um nome derivado de meu nomeimprestável?”


“Deus quer salvar-nos não pela interna, mas pela externa justiçae sabedoria, não por aquilo que vem e brota de nós, mas poraquilo que vem de outro lugar para dentro de nós, não pelo quese origina em nossa terra, mas pelo que desce do céu. Cabe anós, portanto, sermos instruídos numa justiça inteiramenteexterna e alheia. Por isso é necessário que a nossa própria justiçainterna seja desarraigada.”


“Se alguém é sábio, justo e bom perante os homens em virtudede dons, que naturais, quer espirituais, ele não é, por causa disso,considerado como tal perante a Deus, sobretudo se ele seconsidera como tal.”


Fonte: Deixa Deus ser Deus, Philip S. Watson

Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)www.monergismo.com

quinta-feira, 12 de novembro de 2009


Esta semana eu estava me lembrando de uma vez em que eu entrei no meu carro com a galera e logo fiquei perturbado com um cheiro que não era natural do meu carro e algo que eu sabia que não tinha saído de mim. E sem demorar começou o “Quem foi?”, perguntas que parecem mais com acusações. Pra variar, ninguém assumiu a culpa e, na boa, eu estava começando a duvidar de sua origem. Sabe, existe algo particular no cheiro de um cachorro e o que sai dele, e eu, sendo um dono de cachorros, saquei que a parada era algo além do que eu tinha pensado no início. O “Quem foi?” rapidamente se tornou em “Quem pisou em algo?”. Daí, tudo mundo saiu do carro e, para minha tristeza, descobri que o culpado era ninguém mais além de mim. Que xique!


O que não falta hoje em dia são pessoas prontas a comentar do cheiro da igreja atual, de falar dos seus problemas, e não são poucos os que gostam de criticá-la. Só nesse caso já descobrimos mais dois problemas, fazendo do que parecia o bastante, algo ainda muito maior. O primeiro problema é que a maioria desses que falam, não fazem nada além de falar. São aquelas bocas de ar quente que fazem o Deserto de Saara parecer com Pólo Norte. Eles só fazem pose de guerreiro e falam de revoluções dais quais nunca irão lutar; só falam das manchas no vestido da Noiva das quais eles não estão dispostos a limpar. O que esse mundo não precisa é de mais desses revolucionários de sofá. O que esse mundo precisa é de guerreiros de verdade que estão em grande falta nas nossas igrejas hoje. Ah sim, a gente sabe cantar sobre sermos guerreiros e tal, mas coloca um desses “fortes” na praça com a galera da pesada e ver ele em ação, ou falta de. O segundo problema é que, enquanto eles estão falando, todos por perto começam a sentir o cheiro estranho, e como sempre, começa o “Quem foi?”, e depois de todos negarem, os mesmos começam a levantar seus pés para dar uma olhada embaixo. O mais interessante é que todos estão carregando algo extra, além da lama. A igreja tá cheia de estrume (estou tentando evitar usar a palavra bosta para não ofender os religiosos que não gostam de termos atuais), coisas das quais nós temos pisado. Se nós estivéssemos pisando somente na bola, seria mais tranqüilo, mas não, é o estrume dos nossos pecados ocultos e das coisas que saem das bocas desses fariseus. É demais, e isso me leva onde eu queria chegar. A maioria dessa galera que tem facilidade em enxergar os erros da igreja e de seus membros não consegue ver que eles estão fazendo as mesmas coisas, se não piores.


Um dia um fariseu foi ao templo para orar e, chegando lá, ele viu um pecador. Ele ficou o observando por um tempo, e finalmente começou a orar: “Deus, muito obrigado por eu não ser igual aquele cara ali. Que vergonha para seu nome de por alguém assim na sua casa. Muito obrigado por eu ser diferente. Eu sou um dizimista fiel. Eu até dou uma oferta das primícias sem saber o que é e sem você pedir, mas meu pastor fica feliz com isso pois dá para ele trocar o carro a cada ano. Sou também líder de uma célula, e se os meus liderados se ligam e começam a ralar um pouco, eu posso até atingir um título ainda esse ano, talvez pastor ou bispo, e quem sabe, um dia, apóstolo. Nem vou pensar em vice-Deus, pois isso seria um pouco precipitado. E, Deus, eu nunca falto nenhum culto, mas aquele cara ali... Não sei, viu?! Na verdade, eu acho que eu nunca vi ele antes. Mas vamos parar de falar sobre ele, estamos falando de mim.” E bem no meio do discurso, o outro, o “pecador”, com sua cabeça baixa, solta um grito de desespero: “Deus! Tenha misericórdia de mim, um pecador!” E o fariseu, tentando não se distrair, continuou: “Bom, Deus, como eu estava falando, graças a Ti que eu não sou igual a ele.”


Não é a realidade igreja hoje em dia? Tá todo mundo criticando o irmãozinho, comentando do cheiro dele sem perceber que o cheiro não é somente dele, mas seu também! Eu sempre percebi a hipocrisia na igreja, pois cresci lá e me tornei craque de não somente perceber a falsidade nos outros, mas também de ser um praticante. Mas depois de ficar um tempo curtindo o cheiro dos outros e de mim mesmo, eu já nem percebia mais, acho que eu acostumei, igual alguém que mora numa fazenda; ele nem percebe o cheiro no ar, mas espere um visitante chegar lá e presta atenção na cara dele, ou melhor, no seu nariz. Recentemente, num belo dia, quando eu e um pastor amigo meu saímos para tomar uma tigela de açaí, logo percebi que ele estava meio nervoso e perguntei a ele o que foi. E ele se abriu:


“Cara, acabei de descobrir que um membro da minha igreja fuma.”

(Eu não comentei, mas continuei escutando.)

“Eu liguei para o pastor anterior para saber o motivo dele ter batizado uma pessoa que fuma, e ele falou que o cara mostrava todos os sinais de arrependimento... Mas não pode uma coisa dessas!”

“Não pode o quê?”

“Não pode batizar alguém que fuma! Você ia batizar alguém que fuma?”

“Sim, eu ia.”

“O quê?!? Mas, você não pode!”

“Por que?”

“Porque é um pecado.”

“É? Onde está escrito isso na bíblia?”

“Não está, mas é um vício e um vício se torna um deus na sua vida.”

“Nisso eu concordo, mas, deixa eu te perguntar algo: quantas pessoas viciadas em café ou Coca-Cola você tem batizado?”

“Mas não é a mesma coisa!”

“Não? Aos olhos de quem?”


E ali nós achamos o cheiro bem embaixo dos nossos pés. Nós, da igreja, os “santos”, tomam café e coca-cola todo dia sem pensar, mas se vemos alguém fumando a gente pira. Por quê? Porque somos hipócritas. Nós julgamos uma pessoa pelo grão de areia no seu olho enquanto estamos competindo com Copacabana em nosso próprio. Quem nos deu a autoridade de decidir quais vícios são aceitáveis na igreja enquanto condenamos outros? Aos olhos de Deus não existe nenhuma diferença entre quem está viciado em café, coca-cola, nicotina ou cocaína. Vício é vício e pecado é pecado. Deus não faz diferença, independente de nossas regras e fardos humanos que colocamos sobre o povo de Deus. Ai de nós, hipócritas!


Quantos pastores piram no púlpito em relação aos ladrões da igreja, aqueles que estão roubando a Deus não dando seus dízimos e ofertas, enquanto eles mesmos não declaram tudo no imposto de renda. Ou enquanto têm uma coleção de CDs piratas que ia deixar qualquer rádio com inveja. E pior, eles se justificam com algo fraco tipo “não acho no Brasil” ou que “são muito caros” e bla, bla, bla. Algo está cheirando por aqui e não é incenso dos louvores roubados que eles curtem.


E a nova onda hoje é de detonar os homossexuais, principalmente por causa dessa nova lei pronta a ser aprovada, a “Lei da Mordaça”. Não, eu não concordo com uma lei que vai limitar a minha liberdade para dar liberdade a um outro. Eu tenho direito à minha opinião e o direito de expressar ela segunda a constituição brasileira. Mas, pensando bem, talvez isto seria uma coisa boa para a igreja evangélica brasileira. Com essa lei em efeito, a gente ia ver quem é quem de verdade e acabar com esse falso evangelho da moda que temos hoje. Os próprios pastores e seus membros, que não tem nenhum problema em chamar o pecado dos homossexuais pelo nome, arriscam causar um terremoto a cada domingo quando todos pulam ao mesmo tempo durante o louvor, culpa de uma grande falta de domínio próprio. E esses fofinhos vivem criticando homossexualismo como se fosse o pior pecado de todos. Mas não é! É simplesmente mais um diante de um Deus santo que não mede pecado. Mas gula é algo aceitável no meio cristão e quase encorajado, enquanto homossexualismo leva chicote, por enquanto. Vamos esperar um tempo até uns pastores de renome “sair do guarda-roupa” e ver se isto também não se torna a moda da hora. Enquanto nós ficamos falando do problema de homossexualismo sem fazer nada para ajudar eles, o bafo de b....(estrume) já quase não dá mais pra agüentar. Aí de nós, hipócritas!


Infelizmente não temos tempo para abordar todos os assuntos que podíamos, tipo “namoro santo”, que é igual a “cocô limpo e sem cheiro”, tele“não”visão, uma igreja que perdeu o seu foco e vive olhando para o que pode ser melhor no “templo” enquanto os necessitados morrem de fome bem na entrada, o foco nas riquezas desse mundo das quais Jesus nos advertiu mas que nós temos dado o nome de “benção” e “prosperidade”. E que tal os líderes e ministérios mais populares do que o próprio Jesus Cristo, ou igrejas que pregam regras não achadas na bíblia sobre decência exagerada, não cortando seu cabelo ou usando maquiagem, e somente usando saias cumpridas que acabam servindo para nada mais do que acesso mais fácil enquanto o culto rola e a galera está na área de estacionamento curtindo algo além da palavra do pastor!? Tampe seu nariz, o cheiro está começando a ser demais.


Levaria um livro inteiro se fosse pra gente abordar tudo que tem um cheiro estranho na igreja hoje em dia, mas acho que é suficiente falar: “Algo está cheirando estranho, e se nós pararmos tempo suficiente para olharmos embaixo do nosso pés, vamos descobrir que somos nós. Nós somos o cheiro de bosta (ops!) na igreja e não adianta reclamar ou culpar alguém mais” Deus está lá nos céus gritando “Aí de vós, hipócritas” e olhando bem para nós.


Chegou a hora dos revolucionários de boca agir ou se calar. Vocês estão dando ao resto de nós uma dor de cabeça violenta e não temos no orçamento da igreja desse mês o suficiente para ungir todo mundo com óleo. Me perdoe, mais seu bafo é demais.


E para nós que somos aqueles que acabamos de descobrir algo embaixo do nosso sapato, vamos limpar ele. Vamos mudar as nossas vidas. Se cada um começar com si próprio, o ambiente e cheiro da igreja vai começar a mudar em pouco tempo.


Lembre-se: na próxima vez que algo está cheirando estranho, talvez seja você.


Ai de nós, hipócritas!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Qual é o Plano da Salvação ?


Teria Deus criado o homem para depois deixar o homem morrer? Qual é plano de Deus para o ser humano?


A Bíblia nos revela que Deus criou o homem perfeito, sem mancha e sem mácula, porque Deus é perfeito e as Suas obras são perfeitas. Mas quando o pecado entrou no mundo, nossos primeiros pais - Adão e Eva - se corromperam espiritualmente, arruinaram o seu caráter. Tornaram-se inimigos de Deus e deixaram de lado os santos princípios de Seu reino.


E foram tão longe na degradação, que não conseguiram mudar a sua condição pecaminosa, por si mesmos. Mais que isto: Como pecadores, passaram a ter sobre si uma sentença de morte. A Escritura diz: "...o salário do pecado é a morte". Romanos 6.23


Esta sentença de morte passou a todos os membros da família humana.


Foi em face desta grave condição do homem que Deus pôs em ação o Seu plano de salvação. Na previsão de Deus o plano já estava traçado quando nossos primeiros pais pecaram.


Ele viu que o homem pecaria e de antemão tomou providências para sanar o mal. São Pedro, falando do sacrifício de Cristo afirmou que Ele foi "conhecido... antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós". I Pedro 1:19, 20.


Assim, tão logo Adão e Eva pecaram, Deus interveio e anunciou o Seu grande plano. "Porei inimizade entre ti e a mulher (que enganaste)", disse Ele a Satanás, "entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Gênesis 3:15 Aí está o plano em resumo: O Filho de Deus viria em socorro do homem.


"O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação do mistério encoberto desde os tempos eternos. Foi um desdobramento dos princípios que têm sido desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. Desde o princípio Deus e Cristo sabiam da apostasia de Satanás, e da queda do homem mediante o poder enganador do apóstata.


Deus não ordenou a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a terrível emergência. Tão grande era Seu amor pelo mundo, que aceitou entregar Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". O Desejado de Todas as Nações, página 15.


Foi para poder salvar o homem que o Filho de Deus Se fez membro da família humana. Nascendo de Maria, ele se fez homem, viveu como homem, sem deixar de ser Deus e sem cometer pecado algum.


Tendo a Sua humanidade unida ao Pai, Ele produziu a vida perfeita que a lei de Deus requer.


Foi um fardo muito grande que Cristo carregou. Ele assumiu os pecados do mundo. Ele assumiu os meus e os teus pecados. Foi julgado e foi injustamente condenado. Levou 39 chibatadas. O Seu corpo ficou todo ferido e pedaços de sua carne foram arrancados, pelas chicotadas, que foram dadas pela vigorosa mão do carrasco. Como se não bastasse, colocaram em Sua cabeça uma coroa de espinhos, que fez o sangue jorrar pela sua face.


A pesada cruz , foi levada por Jesus, pelas estreitas ruas. Ele caiu, mas se levantou. Se levantou porque pensou em você, pensou em mim, e em todos que um dia viriam aceitar o Seu sacrifício. Grandes pregos perfuraram aquelas mãos que só fizeram o bem, e os pés que só caminhavam para cumprir a missão de levar o amor do Pai áquelas almas famintas de sede e de pão.


Quando a cruz foi jogada dentro do buraco escavado na rocha, Jesus estremeceu de dor. Mas, ele suportou, por você e por mim. Teve sede e lhe deram vinagre para beber, e ao expirar na cruz o Salvador bradou: "Está consumado!" Estava cumprida a sua missão no mundo. Os infinitos méritos de Jesus, mais do que cobriram a culpa do mundo. Estava assim aberta a porta da salvação de quantos queiram ser salvos.


"O mistério da cruz explica todos os outros mistérios. A luz que emana do Calvário, os atributos de Deus que nos encheram de temor e pavor, aparecem belos e atraentes. Misericórdia, ternura e amor paternal são vistos a confundir-se com santidade, justiça e poder." O Grande Conflito, página 649.


"Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tinhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. "Pelas suas pisaduras fomos sarados".


Como podemos nos apropriar do bem que Cristo nos comprou a tão alto preço? Crendo nEle como nosso Salvador pessoal, recebendo-O no coração pela fé. Se confessarmos nossos pecados a Deus, não importa quantos e quão graves sejam, com certeza seremos perdoados. A promessa é: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". I João 1:9. O Salvador muda o nosso coração, e nos faz cessar de pecar.


Recebendo a Cristo na sua vida você está tornando a Jesus o Senhor de sua existência, recebendo a vida plena, a vida abundante; estará rompendo o muro de separação; estará em comunhão com Deus e será vitorioso sobre o pecado!


Que tenhamos a preciosa atitude de adotarmos Cristo, o amigo divino, que nos amou ao ponto de dar por nós a própria vida, para nos livrar da perdição eterna.
Não há atitude mais valiosa do que esta. Aceitar o sacrifíco de Cristo na cruz do Calvário.
Um dia pela graça de Deus, vamos ver as feridas nas mãos de Jesus.
Talvez até perguntemos: Que feridas são estas? As feridas representam o plano da Salvação.
Aceitemos Jesus e Seu sacrifício.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009


Dia dos Fiéis Defuntos


Hoje tive a oportunidade de ir pregar o evangelho aos "mortos", quando a pessoa está sem Cristo está morta, fui até um grande cemitério aqui da cidade do Rio e pude estar ali com outros irmãos em Cristo para pregar a palavra de Deus em meio a tanta morte, não falo da física, mas sim a espiritual, pessoas longe de Verdade que é Cristo, pessoas querendo orações, pessoas querendo uma palavra que as consolassem.
Meu irmão, se você não tem se disposto a estar pregando a palavra de Deus o que posso dizer para você 'DESPERTA TU QUE DORMES' as pessoas estão morrendo sem Cristo indo para os portões da morte não encontrando a Luz nem sequer um caminho e a responsabilidade é de todos aqueles que sabem disso.
Engraçado é que queremos sempre saber como é o céu, pare um pouco e pense no inferno e se imagine lá sinta as trevas passando sobre suas mãos como se fosse uma gelatina seca te sufocando, sinta o pavor da morte aos seus ouvidos, sinta mãos te tocando pedindo socorro e você tocando outros também pedindo socorro e vendo sua garganta arder em sequidão sem ao menos saber para onde ir para onde poderia escapar da angustia e dor que esta sentindo, sinta um pavor tão grande que se estivesse vivo 'urinaria' em suas calças, meu querido ao pregar o evangelho pense que poderia ser você, ama as pessoas como se fossem você mesmo, Cristo quando falava do amor do Pai ele olhava para as pessoas que poderiam ir para o inferno. E você?
Pregue para as pessoas como sua vida dependesse disso, sonhe com isso, respire isso, pense nisso.
SALVAÇÃO NÃO É PROSPERIDADE, grande parte da igreja no Brasil está desviada, só pensa no que Deus pode lhe dar, meu irmão nossa casa não é aqui, não arrume sua casa aqui, você pode acabar ficando por aqui, faça a vontade do Pai e se Ele quiser te dar bens, lembre-se que a glória é para Ele e se Ele não quiser te dar bens aqui lembre-se que a glória também é para Ele, mas não fique vivendo para isso viva para Cristo.


Para quem não sabe porque o dia de hoje é chamado dia dos mortos vai ai o pq.


O Dia dos Fiéis Defuntos, Dia dos Mortos ou Dia de Finados é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de Novembro, logo a seguir ao dia de Todos-os-Santos.
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos.


O Dia de Finados para a Fé Protestante

Protestantes e evangélicos afirmam que a doutrina da Igreja Católica, que recomenda a oração pelos falecidos, é desprovida de fundamento bíblico. A única referência a este tipo de prática estaria em II Macabeus 12,43-46. Porém nos protestantes e evangélicos, não reconhecem a canonicidade deste livro e nem a legitimidade desta doutrina, uma vez que o Protestantismo não se submete às tradições católicas.
Segundo a interpretação protestante, a Bíblia diz que a salvação de uma pessoa depende única e exclusivamente da sua na graça salvadora que há em Cristo Jesus e que esta fé seja declarada durante sua vida na terra (Hebreus 7.24-27; Atos 4.12; 1 João 1.7-10) e que, após sua morte, a pessoa passa pelo juízo (Hebreus 9.27) e que vivos e mortos não podem comunicar-se de maneira alguma (Lucas 16.10-31).
Os Protestantes observam o dia de Finados para lembrar das coisas boas que os antepassados deixaram, como o legado de um caráter idôneo, por exemplo. Mas entendem que as pessoas precisam ser cuidadas enquanto estão vivas. Após a morte, nada mais resta senão o juízo.