domingo, 7 de novembro de 2010


Vamos para mais um importante “mandamento recíproco”, que diz respeito à atitude de serviço que precisamos ter uns para com os outros. Esta talvez seja uma das posturas mais difíceis de ser assumida e vivida, mas fala exatamente da posição que Jesus tomou para si ao vir ao mundo como homem.

Assumir voluntariamente a posição de servo - “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.” (João 13:14) - Na cultura judaica, a responsabilidade de lavar os pés de um convidado era delegada ao servo da casa. Jesus, porém, sendo Senhor sobre todos, assumiu a condição de servo, considerando o próximo, o convidado especial do grande anfitrião, o Pai celestial. Fazendo assim, ele tornou-se servo de Deus e dos homens. “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:7 e 8). - A simples consciência de que somos servos e não senhores já nos ajudaria a resolver muitos conflitos de
relacionamentos. Sentimo-nos feridos ou magoados quando as pessoas não nos agradam ou não nos dão a atenção que achamos que merecemos. Estamos aqui, no entanto, para servir aos outros e não para sermos servidos. Esse é definitivamente um dos maiores desafios da Igreja de Jesus: A capacidade de servir em amor!

Sugestão prática: Pratique a arte de servir aos outros de acordo com os talentos e recursos que você possui. Tenha a alegria de sentir-se útil no Reino de Deus servindo ao próximo como Cristo serviu.

Ajudar o próximo a remover a sujeira do caminho - “Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés.
Respondeulhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.” (João 13:8)
- Jesus disse que os discípulos não necessitavam banhar-se novamente porque já estavam limpos pela Palavra recebida. Mas os pés precisavam ser lavados constantemente. Quando recebemos a Palavra de Deus em nosso coração e nascemos de novo, somos lavados e purificados pelo Senhor. Mas, quando caminhamos a cada dia nos sujeitamos à poeira do caminho: o pecado, a mágoa, a ira, as atitudes imaturas, a queda, etc.

- Precisamos nos dispor a lavar os pés daqueles que estão engatinhando na vida cristã e dos mais maduros também; bem como dos que, por algum motivo, caíram na fé. Devemos servi-los, pacientemente em amor. O Senhor disse que se Pedro se negasse a ter seus pés lavados, este não poderia ter parte com ele. Os que acumulam a sujeira do pecado em suas vidas vão, gradativamente, perdendo a comunhão com Deus. Quando, porém, intervimos com amor,
mostrando ao irmão o caminho do arrependimento e da restauração, então, estamos cumprindo o mandamento recíproco do lavar os pés ao próximo. Lavar aos pés uns aos outros também é “cuidar e zelar” uns pelos outros.

Sugestão prática: Esteja à disposição dos que buscarem sua ajuda nessa área. Seja bondoso e cheio de compaixão para que o tratamento não pareça uma intromissão na vida alheia, mas um ato de graça para restaurar e trazer verdadeira cura.

Promover refrigério ao cansado - “Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos.” (João 13:10) - A sujeira do caminho pode não se limitar somente ao pecado, mas ao desânimo e sentimentos de tristeza ou fracasso a que alguns são submetidos. Não há nada mais confortador do que a água fresca sobre os pés de quem muito caminhou; assim são as palavras de ânimo e de encorajamento ao que já não tem mais nenhum vigor.

- Os que sofrem de inquietações, tentações constantes, dúvida e sentimentos negativos, precisam de verdadeiros amigos cristãos que os ajudem em seus desafios. “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.” (Provérbios 16:24). O contrário do que falamos acima são as palavras destituídas de graça, ou seja, aquelas que trazem pesar ao coração do próximo e não edificam. A crítica, o julgamento, a condenação e tantas outras atitudes negativas em relação ao outro, não edificam nem servem aos propósitos divinos.
Sugestão prática: Decida ser um consolador de vidas. Estenda a mão aos cansados do caminho, lavando-lhes os pés através de suas orações, incentivos e ministrações da Palavra de Deus.
Para encerrarmos essa ministração, cabe aqui, meditarmos na frase dita por Martinho Lutero, responsável pela Reforma Protestante no século XVI: Nenhuma árvore produz para seu consumo próprio. Tudo quanto há na vontade de Deus se dá em favor dos outros. Somente Satanás e os homens sob a influência do maligno é que buscam o proveito próprio. Sejamos instrumentos de Deus, cheios de simplicidade e bondade.

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